terça-feira, 16 de junho de 2015

Porque Gigantes Caem e Algumas Jamais Desistem

Por  Josi Gomes Barros



Jim Collins, em seu best seller, “Como as Gigantes Caem”, nos fala dos cinco estágios do declínio de uma empresa. Livro que recomendo e gostaria de ter escrito.

Ele nos fala, que o excesso de confiança proveniente do sucesso, a busca indisciplinada por mais, a negação de riscos e perigos, a luta desesperada pela salvação e a entrega a irrelevância ou à morte, são considerados em sua vasta pesquisa, os cinco estágios que as empresas normalmente enfrentam quando do seu processo de declínio.

Há vinte anos atrás, quando ainda cursava economia, tive a grata satisfação de ingressar na empresa que hoje sou sócia, a Consultores Associados do Brasil   (CAB). Esta empresa, através  do trabalho de consultoria empresarial que realizamos, nos permite  entender como as  empresas contribuem para formação da riqueza de uma nação, ou seu processo  de declínio. 

Acompanhei experiências de sucesso em empresas que nasceram de fato para vence. Assim como a morte daquelas que não sobreviveram ao seu primeiro ano de vida, e aquelas, com 30(trinta) anos de existência mesmo consideradas sólidas,  chegaram ao fundo do poço e de lá não conseguiram sair. 

Pude entender e enxergar alguns dos cinco  estágios que Jim descreve.

Entretanto, no Brasil atual, são apontadas empresas que põe em dúvida os seus mecanismos utilizados de gestão e princípios éticos, onde não foram mencionados  pela obra acima descrita, mas sem dúvida, contribuem para seu declínio.

Falamos de duas das importantes operações que apontam o maior esquema de corrupção antes visto em toda a história brasileira. 

Trata-se da operação Lava Jato e a operação Zelotes. A primeira envolvendo umas das maiores empresas brasileira, a Petrobrás. Grandes empreiteiras também estão envolvidas, e são consideradas  suspeitas  neste esquema. Além de uma vasta lista de políticos que encontram-se sob investigação, e empresários que negociam delações premiadas no intuito de reduzir suas penas.

 Por último, temos a Zelotes,  onde a Policia Federal apurou possível esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), estando sob suspeita, mais de 70 investigados, entre eles grandes empresas, onde  estima-se  prejuízos acima de R$ 19,77 bilhões aos cofres públicos.

Diante dos fatos, algumas já sinalizam a sua incapacidade de operação, que é o caso de duas das maiores empreiteiras do Brasil a OAS e a Galvão Engenharia, onde apresentaram pedido de recuperação judicial com prejuízos amargos.

Não há como garantir a continuidade e  o crescimento progressivo de  empresas  que se  utilizam  do dinheiro público de forma indiscriminada.

Seria no mínimo injusto com seus concorrentes,  que mesmo enfrentando grandes desafios persistem no mercado de forma responsável, até que se prove o contrário. Além de todo cidadão brasileiro que trabalha, e mesmo pagando caro pela sua sobrevivência,  na maioria da vezes tem seus direitos renegados.

Embora, não tendo sido prevista por nenhum dos grandes economistas que se destacaram com suas teorias, a “Lei do Retorno” é líquida e certa.

Entretanto, fatores como a burocracia altamente nociva, a cobrança extorsiva de impostos,  as inúmeras obrigações fiscais e trabalhistas, os elevados custos de produção e tantas outros, não dão tréguas e  desafiam empresas num ato quase heroico, a continuar sua trajetória, e a contribuir para a sustentabilidade de nosso país.

As empresas precisam acreditar em sua capacidade produtiva, investir na capacitação da mão de obra e  tecnologia, reivindicar e contestar seus direitos.

Porém,  isto somente será possível, quando rompermos este círculo vicioso que é a corrupção. Acreditar que toda grande mudança, ocorre quando lutamos coletivamente, e que os benefícios compartilhados, geram maiores resultados.


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